terça-feira, 19 de maio de 2009

Algarviadas

O cão do Barrocal Algarvio insere-se num contexto muito rico de tradições culturais e ele próprio é produto dessa ancestralidade. A propósito dessa especificidade cultural e linguística, foi publicado o livro Algarviadas, da autoria de António Vieira Nunes. É um livro que reúne, em prosa e em verso, termos algarvios que o autor pretende que não sejam esquecidos.

O autor nasceu em 16 de Novembro de 1937, é natural da freguesia do Algoz, onde fez a instrução primária. Na sede do concelho, Silves, Frequentou o Curso Industrial, na antiga Escola Industrial e Comercial. Exerceu durante muitos anos a actividade de serralheiro, fora da Região.

Recorrendo às novas tecnologias, escreveu as Algarviadas, de que a seguir transcrevemos algumas quadras:

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Dizer vai dar banho ò cão
Éi uma frase bêim vulgar
Como éi vulgar dizer atão
Que tamêim éi popular

Onde o sol quente no verão
Faz mudar a cor da pele
Onde bortuêja éi comichão
Onde um cão é um cadele

Javali éi pórco espinhe
Outros chamam javarde
Moço pequeno é mecinhe
Uma chatice é um farde

A voz do burro éi zornar
Tromba de porco éi focinhe
Andar de gatas ingatinhar
Porco pequeno bacorinhe


Um terreno plano é uma varja
Uma encosta é uma chapada
Há terrenos que nã dão marja
Outros que prestam pra nada

Meter na água era pôr de môlho
Tratar da terra era contivar
Apanhar feno raspar restolho
Passar por água enxógar

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